quarta-feira, 18 de julho de 2007

Crônica de um vôo

[Peço licença para, neste blog de pensamento crítico, escrever uma crônica pessoal]

Quando eu estava lá,era tudo lindo.Era Natal e tudo estava belo,fazendo com que eu achasse o Aeroporto de Congonhas,em São Paulo,o mais bonito dos que já visitei.
O caos aéreo estava em seu clímax,mas eu não podia deixar de ir.Era a viagem dos meus sonhos.O medo era do vôo atrasar,ou pior,não decolar.Era um 23 de dezembro e o medo maior era de passar o Natal no aeroporto.
Como um presente,voamos para o aeroporto Salgado Filho,no Rio Grande do Sul,sem sermos vítimas do caos aéreo.Foi tudo maravilhoso e para a virada do ano fomos para o aeroporto de Florianópolis.Passado o evento,no Aeroporto de Navegantes,também em Santa Catarina,partimos para o aeroporto de Congonhas.
Como já disse,foi de todos o que mais gostei.Era o mais enfeitado,o mais amigável.E eu,que tenho uma leve tendência a gostar de aeroportos,marquei aquele como meu favorito.
Turista,tirava fotos de tudo,percebia cada detalhe.Detalhes que agora vejo pela tevê.Detalhes como o xadrez branco e laranja que nem sei para quê serve,as casas tão perto de onde passava o avião.Não me recordo,mas devo ter tirado foto do prédio da Tam também.Prédio que agora está destruído pela maior tragédia da aviação brasileira.
Dia 17 de Julho de 2007.Eu não estava com uma sensação nada boa mesmo..Quando vi as imagens da reportafem,nem sabia do que se tratava,mas cheguei a me emocionar.Não só eu,o Brasil.
Eu só vi pela tevê,mas foi como se eu fosse uma das famílias vizinhas do aeroporto de Congonhas,que não tinham perdido nada diretamente,mas também estavam transtornadas.Não me lembro de ter ficado tão abalada com um acidente.
A dor das famílias que não sabiam ainda se seus entes queridos estavam ou não dentro do avião foi dura de acompanhar.A chuva nesse dia eram lágrimas dos brasileiros.Depois do choque,só havia lágrimas e silêncio.
O vento passou rápido por aqui,como quem traz e leva notícias.