domingo, 20 de julho de 2008

Convivência

A meu namorado Paulo, o qual só a convivência irá me mostrar se é o grande amor de minha vida




Será que ainda vai me amar ao me ver acordar, com os cabelos emaranhados, a cara de sono, sem maquiagem e trapos velhos de dormir?

Será que ainda vai me amar ao chegar todo dia, cansado e tarde, e ter de ver a mesma cara, pedinte de carinho?

Ou quando eu chegar tarde, será que não vai matar um pouquinho o amor, ter de ouvir um não?

Será que ainda vai me amar quando ao invés de pagar a pipoca do cinema ou uma casquinha de sorvete, ter de dividir as contas do mês?

Será que ainda vai sobrar amor quando não sobrar mais tempo para ir ao shopping ou ao teatro, e às vezes nem sequer, tempo de um momento a dois?

Será que vai lembrar do dia dos namorados ou do aniversário de namoro quando tiver reuniões de trabalho, aniversário dos filhos ou reunião de pais?

Será que ainda vai me amar como nos primeiros dias? Se ao invés de algumas vezes na semana, me ver todo dia e ao invés de algumas horas, o dia todo?

Como ficarão as coisas quando acabar a licença nupcial e a lua-de-mel, mas ainda assim, eu ter seu sobrenome e, na documentação, contar como “casados”?

Como vai ficar tudo quando descobrimos que não foi tudo apenas um sonho bom e nos depararmos com a realidade de que só depende de nós se será uma vida feliz ou não?