quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Pensamentos após um semestre com a História

Pensamentos após um semestre com a História
Você também já percebeu que jamais poderá avistar a si próprio, a realidade do seu próprio rosto? Logo seu rosto, sua cara, o algo de mais identificador em você, a sua face. O máximo que conseguirá é uma invertida imagem em um espelho que, mesmo que não fosse invertida, seria ainda assim só uma imagem - que é tudo quando nada mais se tem aos olhos, mas que não passa de uma representação gráfica.
Sim, eu poderia ficar horas aqui divagando sobre o quanto o toque pode ser mais completo do que a visão, mas isso seria uma digressão perante a crônica. Além do que, são tantas as pessoas a todo tempo que tocam rostos alheios mas nunca o seu próprio...
É. O alheio. O outro. Enquanto em toda sua vida em nem por um momento você pode ver seu rosto, a todo tempo você enxerga o dos outros. Quando o outro te enxerga, obviamente não quer dizer que ele te conhece mais do que você mesmo, mas concorda-se que ele vê, sem dúvidas, algo impossível aos seus próprios olhos, que não enxergam por esta falta de visão que é o conjunto do hábito com a acomodação.
Quantas coisas, tal como o rosto, os outros vêem em nós, e nós mesmos não vemos! Em seis meses de contato com a História, o que pude aprender de essencial para a vida é o respeito e o conhecimento do alheio, porque é, então, no outro que podemos nos enxergar e nos reconhecer: Se você chega a um povoado em que se usa roupas feitas de plástico, estranhará mas, ao mesmo tempo, se perguntará o porquê das nossas serem de pano. Assim como o estrangeiro de Diderot que tanto condenou o incesto e foi questionado pelo vivente da terra em que estava: como Adão e Eva e seus filhos povoaram o planeta?
Questionar as verdades. Duvidar do induvidável. Reconhecer-se no outro. Foi fácil se apaixonar, mas a minha jornada com ela será longa, como um casamento que eu pretendo, mesmo com todas as brigas que virão, jamais desmanchar.

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